domingo, 15 de setembro de 2013

Aderir, ou não aderir à greve?

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Participar ou não participar da greve, este é o dilema do professores contratados em tempo de greve. O que fazer nesta situação? Enfrentar a luta por melhores condições de trabalho e perder o contrato, ou não participar na tentativa de se manter empregado.


Estou ciente das dificuldades de um contratado, entretanto essa luta é necessária e vai beneficiar também o professor que se encontra nesta situação por dois motivos: primeiro exigindo que a rede acabe com a carência crônica de professores, o que em tese vai propiciar novas contratações; segundo estamos tentando acabar com a vergonhosa indústria do concurso, porque há milhares de professores aprovados que não são chamados, e estão tendo que se submeter à corda bamba da contratação. 

A greve está reivindicando a mudança da política administrativa da rede estadual e também luta pela manutenção de direitos adquiridos, o que futuramente vai beneficiar quem, no momento, é contratado, porque esse docente certamente vai fazer concurso e, se Deus quiser, vai entrar na rede. Detalhe importante, a pauta dessa greve, sinaliza para a ampliação do quadro de professores em função das seguintes reivindicações: uma matrícula, uma escola: o retorno da grade curricular de 2003, nenhuma disciplina com menos de 2 tempos semanais; retirada do projeto autonomia e do NEJA que estão funcionando apenas com um professor para todas as disciplinas; o fim do processo de otimização de turmas; o fim da política de fechamento de escolas e também o 1/3 do tempo de planejamento, etc. Essa ampliação do quadro de docentes, que também é extensiva aos funcionários administrativos, é um dos pontos que está provocando impasse nas negociações, pois a Seeduc alega que terá que ter no mínimo, 5 anos, para fazer essas mudanças decorrente do atendimento das reivindicações acima citadas. 

Outra questão importante a ser considerada, é que a nossa luta está sendo contra a privatização da rede estadual o que é uma garantia para o contratado que poderá no futuro ingressar no funcionalismo público, porque a escola pública continuará existindo. 

Sei que você tem suas razões e respeito e defendo o seu direito, entretanto se te for possível, faça esse sacrifício, porque a vitória vai te beneficiar, há momentos na vida que temos que perder para ganhar. Por outro lado, a posição do contratado, com ou sem greve é instável, pois a qualquer momento um concursado pode aparecer, a escola onde você trabalha pode ser fechada, ou então, as suas turmas podem ser otimizadas e você perder o seu emprego. 

Cabe a você, refletir sobre a sua situação e se ver se vale a pena se arriscar com perspectivas de vitória ou se é melhor não se arriscar, mas continuar vulnerável. 

Entenda, estou do seu lado e, mesmo sendo contratado, o considero como um colega e quero ter ver aprovado em um concurso sendo funcionário da rede, o objetivo desta chamada (foto) não é julgar ou condenar os não grevistas, o que eu pretendo é provocar uma reflexão a respeito das vantagens e da validade da greve.

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